quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cafuné


Cafuné! 

Que lembrança te traz? A minha é de minha bisavó, mesmo meio desajeitada para carinhos físicos, a ternura de um cafuné tem cheirinho de Didi!!! Uns tapinhas suaves, tímidos. Já me inebria de um passado divertido, café com leite, canoinhas de pão com manteiga, que num era lá muito refinado comer, mas se não fizesse muito barulho, sugando o pão embebido...passava batido!
Cafuné tem calor de sol batendo na beira da cama, de poeirinha seguindo os raios, roupa de cama, chinelo de quarto! Tem tato de mão de pele molinha, cheia de sardinhas da idade, que eu puxava pra brincar de "cará, cará, pinhé". Das coisas deliciosas impressas em nossos tijolinhos, que constrorem o que conhecemos e um dia poderemos passar adiante! Vivências! 
Há alguns poucos anos, trabalhando com uma molecadinha maravilhosa, percebi que eu não tenho muita postura de liderança, difícil fazer alguém ficar quietinho só pq eu quero! Sou péssima de limites! Kkkkkkk Os meninos estavam ultra agitados, já tinham jogado bola, capoeira, feito lição de casa, uma chuvarada de final de tarde, resolvi colocar uns colchonetes no chão e fazer uma espécie de relaxamento com eles! Não estava dando muito certo! Kkkkkk Uns se chutavam, os colchonetes viraram tatames, trampolins, camas elásticas...
De repente uma voz saiu de dentro de mim: "Quem ficar quietinho vai ganhar cafuné!". Olhinhos curiosos pularam imediatamente na minha frente: "Cafuné? Ca- fu-né? Cafuné, tia? Nenhum deles ouvira essa pequena palavra nesses nove, 10, 11, 12 anos de vida! 
A "tia" foi tomada por uma angústia... 
... os meninos foram deitando, esperando a surpresa - uns adormeceram, uns sorriram, uns chuparam o dedo... 
eu? Ganhei o dia!