terça-feira, 8 de abril de 2014

Obrigada Mestre!

Eu encostava na rede que separava "aquela bateria" só pra me sentir submersa, de ritmo...
Ali eu viajava tão longe, acho que nem pensava, apenas sentia...
e ia dando passos, de lado, acompanhando os surdos, mais um passo repique, caixas, tamborins, chocalhos, agogôs.... voltava...
aquilo se repetia, as terças, quintas e domingos...
sempre que podia...
foi ali que aprendi a entrar numa bateria, a dar estes passos de lado por todos os ensaios que ia...
mas era aquela que me fascinava, tinha algo diferente, um molho a mais... me "enfeitiçava"!
e sempre que me perguntavam a resposta era esta: - Se eu conseguir sair em uma bateria,um dia, vai ser na do Mestre Paulão! e ria... impossível! zombaria!?
um belo dia tomei coragem, quanta dificuldade, ah! mas resisti bravamente, era um sonho, uma alegria...
e "aquela bateria" se tornou além de tudo minha terapia, fugia...
ali aprendi a aprender, aprendi a ouvir, aprendi respeito, hierarquia...
aprendi conjunto, aprendi disciplina e também poesia...
olhar pro mestre, pras suas mãos, que no alto desenhavam toda aquela fantasia! quem diria?!
Obrigada Mestre Paulão, por me dar a honra de ter sido um grãozinho de areia, na SUA FEITIÇO BRASILEIRO!